Um plano de ação para impedir o lançamento de esgoto em córregos de Contagem e promover a despoluição da lagoa da Pampulha, Patrimônio Cultural da Humanidade, será elaborado pelos gestores das prefeituras de Contagem e Belo Horizonte e da Companhia de Saneamento de Minas Gerais - Copasa.
As instituições se reuniram nesta sexta-feira (24/9) para alinhar as medidas do trabalho conjunto, na sede da Prefeitura de Belo Horizonte. Para dar andamento às estratégias de limpeza do principal ponto turístico de BH, uma comissão foi formada pelas prefeituras de Contagem e BH e a Copasa. Novo encontro vai ocorrer em 45 dias, onde as partes vão apresentar planos de investimentos para o saneamento.
Presentes à reunião, a prefeita de Contagem, Marília Campos, o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil, e o presidente da Copasa, Carlos Eduardo Tavares de Castro, destacaram a importância da união de esforços para dar solução ao problema.
Segundo a chefe do Executivo de Contagem, a despoluição da lagoa da Pampulha passa pela intervenção ambiental e social. “Não tem solução para o saneamento se não pensarmos em investimento social. Hoje, para limpar a lagoa, nós precisamos de uma solução ambiental, que é colocar interceptores de esgoto e levar o esgoto até a estação de tratamento. Precisamos também de soluções sociais, que é garantir moradias dignas para a população”, afirmou Marília Campos, que foi uma das principais articuladoras para que as ações conjuntas sejam desenvolvidas no saneamento dos córregos e a despoluição da lagoa da Pampulha.
Ela lembrou também que a limpeza da lagoa está diretamente relacionada com a cidade de Contagem. Isso porque 54 quilômetros quadrados da bacia hidrográfica da Pampulha estão no município, sendo 79% pertencentes a Contagem e outros 21% a capital, como os córregos Tapera, Sarandi e Bom Jesus, que alimentam a lagoa da Pampulha. Muitos deles, com recepção direta de esgoto.
A prefeita de Contagem pontuou as principais necessidades da pauta na atualidade. “O que nós precisamos fazer em Contagem é colocar interceptores de esgoto, acessíveis, que a população possa de fato ligar. Nós precisamos redimensionar as redes que já foram construídas. Na nossa avaliação, elas estão subdimensionadas em função do adensamento populacional de Contagem. Hoje, a rede não suporta esse adensamento, incluindo nas regiões caracterizadas por alta vulnerabilidade social, de pessoas que moram à beira dos córregos”.
União de esforços
O presidente da Copasa, Carlos Eduardo Tavares de Castro, informou que existem cerca de 9.800 moradias sem ligação com a rede de esgoto nas cidades de Contagem e BH. Segundo ele, a empresa já investiu R$ 150 milhões só na Bacia da Pampulha. No entanto, somente a união de esforços é que garantirá soluções em definitivo para o problema do saneamento nas duas cidades. “A expectativa é muito positiva, de que teremos entregas objetivas para a sociedade a partir dessa equipe”.
O secretário de Obras e Infraestrutura de Belo Horizonte, Josué Valadão, informou que na reunião um diagnóstico sobre a situação dos córregos de Contagem e BH foi apresentado pelo presidente da Copasa.
Além disso, as partes já estão em tratativas há algum tempo para tentar pôr fim ao problema. Também avaliou o encontro como positivo. “Esta reunião foi mais no sentido de unir esforços com a Copasa e a Prefeitura de Contagem, no sentido de ter um plano de trabalho concreto, em que a gente possa acompanhar sistematicamente”, declarou.
Prefeitura investe
Além do encontro entre os chefes das prefeituras de Contagem e BH, e da Copasa, as equipes técnicas da atual administração de Contagem, bem como os demais envolvidos, têm se reunido quinzenalmente para discutir a despoluição da lagoa e outros temas de saneamento.
Em paralelo a isso, a Prefeitura de Contagem tem realizado diversas ações de apoio direto ou indireto ao tema, incluindo os desassoreamentos (manuais e mecanizados) de córregos e nascentes que desaguam na Pampulha; e os mutirões periódicos de capina e varrição nas regionais Ressaca e Nacional (que fazem limite com BH).
Outros empenhos são: as reuniões do Conselho Municipal de Saneamento, que conta com representantes da sociedade civil; as campanhas de conscientização em massa para evitar o descarte irregular de resíduos sólidos e para estimular que a comunidade faça a ligação da rede de esgoto nos interceptores da Copasa; a restauração e implantação de parques lineares; a drenagem e microdrenagem de vias; a urbanização, entre outras.